O projeto Iron Brothers nasceu da vontade dos irmãos Pedro e Miguel em ajudar a APCL – Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa através da participação em provas de IRONMAN. Uma ideia que cresceu e à qual a Blackjack tem orgulho de estar associada!

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Como surgiu o desporto, e o triatlo em particular, na vossa vida?

Iron Brothers: O desporto sempre esteve presente na nossa vida. Do lado do Miguel, aos nove anos começou a competir em natação, o que fez até aos catorze anos. Depois disso passou por um período onde experimentou o máximo de desportos possível. Do ténis ao rugby, passando pelo motocross, equitação, deu para um bocado de tudo.

Do lado do Pedro, o desporto sempre foi requisito essencial, porque garante muita qualidade de vida e força muscular. A natação começou bem cedo e nunca parou até hoje.

Em conjunto fomos fazendo algumas corridas de 5km, mas nunca tínhamos pensado em fazer triatlo, até porque o Miguel odiava correr sem haver uma bola à mistura. Entretanto, depois de uma lesão no Crossfit, o triatlo surge como uma oportunidade de melhorar o cardio, enquanto as cargas pesadas ficaram de fora, por indicação médica.

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Como surge o projeto Iron Brothers e com que objetivo?

Iron Brothers: Quando o Miguel começou a fazer triatlo, a ideia era fazer uma prova de sprint e pouco mais. Acabou por se inscrever no Ironman 70.3 Cascais, desafiado por amigos.

Pelo caminho, já que se ia fazer um disparate destes, tentámos angariar dinheiro para a APCL. As empresas que doassem 113 €, simbolizando os 113km da prova, à APCL, ganhavam o direito de ver o logo ir no fato de prova do Miguel.

Durante o verão, e entre milhares de treinos em férias de família, enviaram-nos o vídeo de dois irmãos que iam ao campeonato do mundo de Ironman no Hawai. Foi aí que o Pedro desafiou o Miguel. No momento a reação foi de um redondo “és maluco!” Menos de um mês mais tarde, nasceu o projecto Iron Brothers e um grande sim. Toda a vida do Pedro teve como batalha recorrente a angariação de fundos para a APCL. Quem o conhece sabe da luta que trava desde sempre para ajudar a associação que tem sido a segunda casa dele.

O projecto Iron Brothers nasce assim como uma plataforma que pudesse gerar visibilidade para a APCL e desenvolver iniciativas de angariação de fundos para a associação e para pessoas carenciadas com paralisia cerebral. Pelo meio criámos também, em conjunto com a plataforma 10K, uma iniciativa de participação em corridas de 10km, onde levamos outras pessoas com paralisia cerebral connosco.

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Como é que está a ser a preparação para o IronMan 70.3 de Cascais?

A preparação para a prova de Cascais está a correr francamente bem. Os progressos começam-se a notar, os testes estão a correr bem e o caminho começa a trilhar-se.

Na nossa ida à meia maratona de Lisboa conseguimos manter um pace de corrida médio de 5:15, o que nos dá boas perspectivas para o que aí vem.

Agora temos pela frente algumas provas de teste, entre a Maratona de Aveiro, o Triatlo de Oeiras, o Swim Challenge Cascais, entre outros. Vêm aí algumas surpresas giras!

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Quantas horas treinam por dia e como organizam os treinos?

Normalmente os treinos têm uma organização de segunda a domingo, da seguinte forma:

– Segunda: 1 a 2 horas de natação de manhã e cerca de 1 hora de corrida ao fim do dia;

– Terça: TRX/Ginásio de manhã e cerca de 1 a 2 horas de bicicleta ao fim do dia para o Miguel e PT de natação para o Pedro;

– Quarta: 1 a 2 horas de natação de manhã e cerca de 1 a 2 horas de séries de corrida ao fim do dia;

– Quinta: TRX/Ginásio de manhã e cerca de 1 a 2 horas de bicicleta ao fim do dia para o Miguel e PT de natação para o Pedro;

– Sexta: 1 a 2 horas de natação de manhã e cerca de 1 hora de corrida ao fim do dia;

– Sábado: 1 a 2 horas de natação de manhã, seguidas de cerca de 2 horas de bicicleta e 1 a 2 horas de corrida;

– Domingo: 3 a 5 horas de bicicleta em grupo.

Conseguem destacar a parte mais desafiante do vosso treino?

A parte mais desafiante é, sem dúvida, conseguir conciliar os horários dos treinos com a vida profissional e familiar. Nem sempre é fácil fazer a gestão das expectativas de quem nos rodeia, e é importante não perder o balanço entre todos estes componentes.

Sem a nossa família a tarefa fica bem mais complicada a todos os níveis, mas também não podemos ceder muito na ligação de todos os que nos seguem e que estão a viver isto como se fosse o projecto deles.

Nem sempre é fácil saber onde dar mais ou menos.

Como é que estão a lidar com todo o apoio que têm recebido?

Tem sido incrível viver isto com todo este suporte. Nunca esperámos sentir tanto calor!

No caso do Pedro então, tem sido fantástico o carinho que vai recebendo em todas as provas por onde temos passado, nas páginas do projecto e na rua.

No caso do Miguel a pressão aumenta um bocado com tudo o que tem surgido à nossa volta. Por um lado é incrível, e a motivação cresce exponencialmente; por outro a responsabilidade de não deixar ninguém sem resposta (ou pelo mínimo tempo de espera de resposta possível) por vezes gera uns mini pânicos.

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De que modo vem a Blackjack contribuir para o vosso projeto?

Uma das grandes dores de cabeça do Engenheiro responsável pelo desenho da bicicleta eram as rodas. Que rodas usar, onde as ir buscar, fazer ou comprar, etc. A chegada da Blackjack permitiu-nos ter um leque de escolhas de qualidade, com provas dadas, para incluir no conjunto. Mesmo não sendo rodas de carbono, são rodas leves e rápidas, que nos ajudaram a subir a qualidade geral da bicicleta e nos vieram facilitar a vida.

Qual a vossa opinião sobre as rodas Blackjack que vão utilizar na bicicleta?

Embora ainda não as tenhamos experimentado, visto que a bicicleta está a ser preparada para seguir para fabrico, e tendo em conta tudo o que nos passou pelas mãos, são umas rodas leves, rápidas e robustas. É preciso ter em conta que o conjunto total vai ter algum peso, por isso a opção teria sempre que recair em rodas com capacidade de carga, mas que ao mesmo tempo não significassem adicionar um peso excessivo, que nos dificultasse o processo. Se é verdade que o Ironman que temos em vista é relativamente plano, em Cascais já não vai ser bem assim, tendo pela frente subidas com 11% de inclinação.

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Que novidades podemos esperar por parte dos Iron Brothers para o futuro?

Com a conclusão da bicicleta vamos ter várias novidades para anunciar, e diversas iniciativas a arrancar. Para já temos a nossa estreia nos 42km da Maratona de Aveiro, agora no fim do mês, e em Maio um triatlo sprint e uma prova de 3,8km de natação, para fazermos os primeiros testes ao que faremos num Ironman. Em Junho/Julho vamos ter duas iniciativas muito giras, e em Setembro, antes de irmos ao Ironman 70.3 Cascais, vamos ter outra participação surpresa, onde a Blackjack vai estar em grande evidência!